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Embora o Novembro Azul tenha a intenção de incentivar o cuidado com a saúde masculina de forma global, o foco maior termina sendo o câncer de próstata.
“Saúde também é papo de homem”. Este é o tema da campanha Novembro Azul 2022 lançada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), visando incentivar o autocuidado e conscientizar a população masculina sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outros tumores urológicos.
Para fortalecer o movimento nacional, a seccional Bahia (SBU-BA) estabeleceu um calendário de atividades que serão realizadas em Salvador ao longo do mês. Mutirões de consultas e exames urológicos gratuitos voltados para investigação de tumores de próstata, testículo e pênis, além de ações de conscientização em espaços públicos, estão contemplados na programação.
Nesta terça-feira (1/11), das 7h às 11h, no Lar Harmonia, no bairro de Piatã, serão oferecidos exames de sangue para dosagem do PSA (antígeno prostático específico) aos 180 homens a partir de 45 anos que primeiro solicitarem agendamento através do WhatsApp (71) 99605-9730.
Já no dia 5, no mesmo local e horário, os pacientes que apresentarem alteração no resultado do PSA realizado na primeira etapa passarão por exame de toque retal em consulta com urologistas integrantes da diretoria da SBU-BA.
“Este exame, associado à dosagem de PSA, é muito importante para detecção inicial de câncer ou de outras doenças que podem acometer a próstata”, explicou o urologista André Costa Matos, coordenador científico da SBU-BA.
Já no dia 12 de novembro, das 7h às 12h, outros 200 homens terão acesso a consultas e/ou exames urológicos gratuitos no Hospital Aristides Maltez (HAM).
Os critérios para este atendimento são: não ter realizado o exame de PSA pela primeira vez a partir dos 45 anos; ter em mãos o resultado do exame de PSA acima de 4,0 ng/ml; apresentar nódulos nos testículos durante exame físico ou por resultado de exame de imagem realizado anteriormente, ou apresentar uma lesão ulcerada no pênis.
“A intenção é realizar não só PSA, atendimento ambulatorial com exame de toque retal e agendamento de biópsias para confirmação de tumor prostático, mas também a triagem de casos suspeitos de tumores de testículo e de pênis”, explicou o urologista Augusto Modesto, presidente da SBU-BA e coordenador do serviço de urologia do HAM.
O agendamento para participar deste mutirão pode ser feito de 1º a 10 de novembro pelo telefone (71) 3357-8531.
No dia 25, o mutirão urológico no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES /Hospital das Clínicas) “beneficiará 50 funcionários e colaboradores da própria unidade de saúde, previamente selecionados”, explicou o urologista Bruno Falcão, diretor da SBU-BA responsável pela ação.
Já o mutirão do dia 26 acontecerá no Ambulatório Social Luigi Verzé, em Pau da Lima. A programação detalhada será divulgada a partir do dia 10 de novembro, mas quem quiser antecipar informações pode ligar para (71) 3409-4125.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Os homens vivem, em média, 7,5 anos a menos do que as mulheres. Maus hábitos de vida, mania de só ir ao médico na presença de sintomas, medo de descobrir uma doença ou crença de que nunca vai adoecer explicam, em parte, essa estatística.
Embora o Novembro Azul tenha a intenção de incentivar o cuidado com a saúde masculina de forma global, o foco maior termina sendo o câncer de próstata, por ser este o tumor mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) e o segundo que mais mata (atrás do câncer de pulmão) em todo o mundo.
A estimativa de casos da doença no Brasil para 2022, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é de 65.840 até o fim do ano. Só na Bahia, 6.130 diagnósticos desse tipo de câncer são estimados para o mesmo período.
Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2021, mais de 47 mil mortes foram causadas pelo câncer de próstata. Só em 2021, a doença matou 16.055 homens, correspondendo a 44 mortes por dia.
“Quando este tipo de tumor é diagnosticado na fase inicial, em que raramente algum sintoma aparece, as chances de cura chegam a 90%. Por isso, os exames de rastreamento são tão importantes”, declarou o urologista Humberto Ferraz, vice-presidente da SBU-BA.
Segundo o urologista Rafael Tourinho, em estágios mais avançados da doença, podem ocorrer dificuldade para urinar, micção frequente, disfunção erétil, presença de sangue na urina ou no sêmen e dores pélvicas ou ósseas. Os principais fatores de risco são idade avançada, histórico familiar (pai, irmão ou tio), ser negro e obesidade.
Para o diagnóstico precoce, a SBU recomenda que homens a partir de 50 anos, mesmo sem sintomas, procurem um urologista anualmente para avaliação individualizada. Os que integram o grupo de risco são orientados a começar seus exames mais cedo, a partir dos 45 anos.
As opções de tratamento do câncer de próstata variam segundo o estágio da doença, com as condições clínicas e desejo do paciente. Entre elas, estão cirurgias, radioterapia, vigilância ativa, hormonoterapia e quimioterapia. Para o tratamento cirúrgico, há três abordagens possíveis: cirurgia aberta convencional, cirurgia videolaparoscópica e cirurgia robótica.
“Esta última, minimamente invasiva, apresenta maior precisão e segurança e causa menos sangramento. O paciente tem alta hospitalar mais rápida e sente menos dor no pós-operatório. Efeitos colaterais frequentes de prostatectomias abertas, como incontinência urinária e impotência sexual, são menos frequentes no paciente operado com auxílio do robô”, resumiu o urologista Ricardo Souza, também integrante da diretoria da SBU-BA.