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Falar sobre a realidade nua e crua coloca a gente conectado com a gente mesmo, HUMANIZA, provoca uma sensação de acolhimento, pertencimento.
Coloca os nossos pés no chão, para continuar seguindo a batalha, agora de forma mais concreta, com mais propósito.
Quando cai a fantasia das redes sociais (mães e pais felizes da vida, bebês mamando, rindo, dormindo e vivendo como num conto de fadas), as coisas se encaixam melhor no mundo real.
O texto anterior me conectou com centenas de pessoas que estão passando pela mesma fase e pelos mesmos problemas.
Algumas delas sentiam VERGONHA de falar, de sentir e de partilhar suas demandas.
A verdade liberta! Viver na fantasia ou na tentativa de maternar/paternar como se fosse um conto de fadas, traz mais sofrimento do que paz.
A felicidade da rede social é frágil, fugaz, pueril.
É lógico que há prazer e felicidade em ser pai e mãe. Há espaço para gozarmos dessa condição e nos sentirmos bem ao estar com um filho, ao dar e receber amor.
Mas precisamos também entender que as dores precisam ser melhor elaboradas, sob pena de que, ao tentar tamponar e recalcar, isso vire sintoma e ganhe corpo na ansiedade, depressão, melancolia, culpa, violência, etc.
Além disso, quando damos voz e "nomes" para as nossas dores, isso permite que a ajuda externa aconteça de modo mais efetivo.
É necessário e recomendado pedir ajuda. Nada de errado há nisso.
Precisamos dar mais valor para a rede de apoio e menos valor para as redes sociais.
Afinal, somos todos humanos e humanizar o puerpério é uma forma de cuidar melhor de quem está passando pela "dor de parir".
Se cuidem!