» » Tragédia em Jauá: bala perdida tira a vida de menino de apenas 10 anos

Criança brincava com amiguinhos quando foi atingida com um tiro no peito.
Foto: Reprodução

Na ordem natural da vida, os filhos se despedem dos pais. Entretanto, nesta sexta-feira (19), a família de Davi Lucas da Silva Santos deu o último adeus ao garoto, de apenas dez anos, vítima de uma bala perdida no distrito de Jauá, pertencente a Camaçari (Região Metropolitana de Salvador). Davi estava na rua de casa, jogando futebol com os amigos, quando começou um tiroteio. No meio do confronto, o pequeno foi atingido na altura do coração. Ele chegou até a porta de casa pedindo ajuda à mãe, que o levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe, mas não resistiu à gravidade do ferimento e morreu no centro de saúde. Além de Davi, um homem identificado como Miguel Carvalho foi ferido no rosto e agora aguarda regulação para um hospital de Camaçari.

Até agora, ninguém foi preso. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) esteve na Rua São Francisco, local do crime, para realizar a perícia, e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Vila de Abrantes, também em Camaçari. A Polícia Civil informou ter solicitado imagens de câmeras de segurança das redondezas, que podem ajudar a identificar os suspeitos envolvidos no tiroteio que ceifou a vida de Davi. Embora não possa passar mais detalhes sobre as informações apuradas, para não atrapalhar as investigações, a polícia tem quatro suspeitos do crime em vista. Testemunhas contaram que teria acontecido um ‘arrastão’ antes do tiroteio, e dois dos homens estariam de bicicleta quando Davi foi atingido.

O incidente deixou os familiares e todos os que conviveram com o garoto sem chão, pelo perfil tranquilo da rua e a truculência dos disparos. Vizinhos que estavam no local relataram que os homens já chegaram atirando e precisaram se esconder para não serem atingidos pelos tiros. Davi era descrito como um menino tranquilo e estudioso, sonhava em ser YouTuber e não costumava sair de casa, preferindo ficar no celular. Sua mãe, Isadora Silva, o incentivou a ir brincar um pouco com os amigos, depois de ele pedir para jogar bola. Jamais imaginou que ele não voltaria ao lar. “Eu deixei meu filho ir, e não pude protegê-lo. Eu não vou ver mais o meu filho. Os planos do meu filho, os sonhos, foram todos jogados no lixo”, declarou Isadora, inconsolável.

Uma tia de Davi desabafou durante a espera para o velório, que aconteceu ainda na sexta, na Associação de Moradores de Jauá. “Não há palavras para expressar a dor. Era um menino tão calmo, tão quieto. Uma preciosidade. A verdade é que nós estamos à mercê, não temos a quem recorrer. Só nos resta pedir a Deus o conforto à família, e que a justiça Dele seja feita, e também a justiça dos homens”. José Santos, avô do garoto, tinha em Davi um grande amigo e não se conforma com a covardia daqueles que saíram disparando pela rua. Ele apela por mais segurança. “O que eu tenho para falar para todos os pais e todos os avôs, é que a gente tem que vigiar mais. Se a gente brincar, a criminalidade toma conta do país”, apelou.Fonte:Tribuna da Bahia, Salvador

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