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Teve alta no início da tarde desta segunda-feira (29), a dona de casa Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos. Ela foi vítima de erro médico após cirurgias plásticas realizadas pelo médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, no dia 3 de maio.
Inicialmente, Daiana acusava o médico e sua equipe de cárcere privado por não promoverem sua transferência para outra unidade médica para tratar as complicações das cirurgias, mas isso não ficou provado pelas investigações policiais e na denúncia feita pelo Ministério Público.
Daiana só foi transferida após apelos públicos. Ela foi levada para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde permaceu 38 dias e realizou mais cinco procedimentos para tratar das cirurgias feitas por Bolívar.
Na saída da unidade médica, Daiana estava muito emocionada e falou da expectativa de rever o filho.
Na saída da unidade médica, Daiana estava muito emocionada e falou da expectativa de rever o filho.
"Estou muito feliz e agradecida por todo apoio que me deram no hospital. Ainda estou com um buraco aberto na barriga, mas estou feliz por estar viva e também por rever meu filho depois de quase quatro meses internada", disse ela emocionada.
Emoção no encontro com o filho
Durante todo o tempo em que estava internada, Daiana pensava em se recuperar e a voltar a ver o filho, Bryan, de 2 anos.
Os dois estavam sem se ver pessoalmente há quase três meses, desde que Daiana voltou para a Clínica Santa Branca para novos procedimentos, em 1º de julho, e depois sofreu complicações.
"Só queria rever meu filho. Dar esse abraço Graças a Deus esse dia chegou", disse Daiana.
Advogado tenta recursos para cuidados em casa
O advogado de Daiana Chaves, Ornélio Mota, disse ao g1 que, apesar da alta, sua cliente ainda requer muitos cuidados.
"O médicos deram alta médica para ela terminar de se recuperar com a sua família, mas disseram que os curativos na ferida aberta têm que ser feitos todos dos dias e devem ser impecáveis. Eles já fizeram contato com a Clínica da Família que atende a Rocinha, onde a Daiana mora, e eles se disponibilizaram a ir lá fazer esses curativos. Mas a clínica não funciona nos finais de semana. Neste sentido, estou peticionando que a Justiça libere parte do dinheiro bloqueado do Hospital Santa Branca para contratar um 'home care' para ela aos finais de semana", disse Ornélio.
O advogado explicou ainda que Daiana está bastante fragilizada e que vai pedir também que ela possa ter acesso a um tratamento psicológico ou psiquiátrico para se recuperar de todo o processo que viveu.
O caso
O caso de Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos, veio à tona depois dela começar a denunciar publicamente que era mantida em cárcere privado na Clínica Santa Branca, de propriedade do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva.
No dia 3 de maio, ela realizou intervenção cirúrgica para fins estéticos nas nádegas, costas e abdômen. Teve complicações, voltou à Santa Branca no dia 1º de julho e foi convencida a fazer uma abdominoplastia para corrigir os problemas da primeira cirurgia e também realizar uma gigantoplastia, cirurgia que reduz as mamas e as reposiciona.
O quadro de saúde de Daiana só piorou e ela passou a pedir transferência, inclusive na Justiça, o que não foi atendido pela clínica, nem por Bolívar.
Bolívar Guerrero Silva foi preso no dia 18 de julho quando estava dentro do centro cirúrgico da Clínica Santa Branca, por não cumprir a ordem judicial de transferir Daiana. Os bens da clínica també foram bloqueados pela Justiça.
Daiana só conseguiu transferência depois que o Hospital Geral de Bonsucesso ofereceu uma vaga no CTI para a dona da casa. Ela foi transferida no dia 21 de julho para a unidade federal, na Zona Norte do Rio.
Médico foi denunciado pelo MP por tentativa de homicídio
Bolívar Guerrero, que segue em prisão preventiva, foi denunciado no dia 18 de agosto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Investigação Penal de Duque de Caxias, por tentativa de homicídio por motivo torpe no caso de Daiana Cavalcanti.
"Entreguei a denúncia na 4ª Vara Criminal de Caxias por tentativa de homicídio por motivo torpe pelo que ele fez com a Daiana, mas estou pedindo que os inquéritos que estão na Deam, e que já são mais de 40, sejam entregues aqui na promotoria para que a gente possa dar continuidade nos casos", disse ao g1 a promotora Cláudia Portocarrero sobre outras denúncias contra o médico.
Além do caso de Daiana e das denúncias na Deam de Caxias, Bolívar responde a pelo menos 19 processos na Justiça por erros médicos.