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A prevalência da insônia, apnéia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas e tantos outros tipos de distúrbios do sono é muito alta em pacientes com doenças cardiovasculares, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Apesar das evidências de que a privação crônica do sono aumenta o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC), infarto agudo do miocárdio, arritmias e hipertensão arterial, na prática ainda há subdiagnóstico, com consequente subtratamento. O alerta é importante porque dois terços da população adulta brasileira dormem pouco ou mal. A prevenção e o combate ao problema exigem, sobretudo, mudanças de hábitos. Alguns pacientes, além de uma boa “higiene do sono'', podem precisar de medicamentos.
Além de cardiopatias, os distúrbios do sono aumentam o risco de obesidade, diabetes, depressão, ansiedade, aumento do colesterol, alterações do humor, prejuízo da memória, síndrome do pânico e até acidentes. Entre as razões que explicam a relação entre o sono ruim e tantas doenças estão o aumento da produção de hormônios de alerta e estresse, como a adrenalina e cortisol, e a alteração dos hormônios que controlam a fome e a saciedade, efeito que contribui para o ganho de peso e alterações no açúcar. Outro agravante é o envelhecimento dos vasos sanguíneos.
Descanso necessário - De acordo com o cardiologista e ecocardiografista Paulo Roberto Souza, durante o sono, “tanto a frequência cardíaca quanto a pressão arterial são reduzidas, a fim de promover o descanso e a regeneração que o sistema cardíaco necessita”, explicou. No cérebro, enquanto a pessoa está dormindo, acontece a reabsorção de substâncias tóxicas. A produção de anticorpos para fortalecer o sistema imunológico também é ampliada durante o sono. “Por tudo isso, todo adulto precisa dormir bem, pelo menos entre sete e oito horas por dia. Quem tem dificuldade precisa buscar acompanhamento especializado para resolver o problema, além de reduzir o tempo entre as consultas com um cardiologista, já que a relação entre dormir bem e preservar a saúde do coração é real”, resumiu.
Ainda segundo o especialista, combater a causa da insônia é fundamental. Se o problema é a apneia obstrutiva do sono, facilmente identificada pelo ronco alto, a doença precisa ser tratada. Além disso, dormir sempre no mesmo horário; praticar uma atividade física regular; evitar o uso exagerado de substâncias estimulantes, consumir refeições mais leves antes de dormir e reduzir a exposição ao excesso de luz, inclusive a proveniente das telas dos celulares, também fazem parte das recomendações.
Impactos na rotina - Quando começou a sentir ansiedade e palpitações no coração ao dormir, o empresário Elton José Nunes Santana (48) não imaginava que o problema que estava afetando sua saúde cardiovascular tinha relação com as poucas horas de sono que tinha por noite. Dormir pouco estava atrapalhando muito sua rotina no trabalho, onde precisa ter concentração para tomar decisões, participar de reuniões e visitas.
“Quando o doutor Paulo Roberto, meu cardiologista, me alertou sobre a relação entre o sono e a saúde do coração, decidi me cuidar. Inicialmente, precisei tomar uma medicação, além de realizar mudanças no horário de dormir e na alimentação. Usar essências calmantes, fazer exercícios de meditação e ler a bíblia antes de dormir também me ajudaram muito. Atualmente, não preciso tomar remédios, sigo com os bons hábitos e estou dormindo bem”, relatou.