Milton Gonçalves, um dos maiores representantes do ofício de ator, vai deixar saudade. O artista morreu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 30/5, aos 88 anos.
Segundo a família contou ao G1, Milton morreu em casa por volta de 12h30, por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que sofreu um AVC isquêmico, em 2020, que o deixou três meses no hospital.
Viúvo, ele deixa três filhos: Maurício, Catarina e Alda, dois netos e um legado que se confunde com a história da própria TV brasileira.
Relembre a trajetória de sucesso de Milton Gonçalves.
Atuando, fez mais de 40 novelas na Globo, entre elas "Sinhá Moça" (2006), pela qual foi indicado ao Emmy Internacional como melhor ator.
Foi ainda o primeiro brasileiro a apresentar o evento, no mesmo ano: o prêmio de Melhor Programa Infantojuvenil, ao lado da atriz americana Susan Sarandon.
Na juventude, chegou a ser aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Fez teatro infantil e amador até estrear profissionalmente em 1957. Desde então, não parou mais, emocionando o Brasil em papeis marcantes que nunca serão esquecidos.
Em 'O Bem-Amado' (1973)
O personagem Zelão das Asas, de "O Bem-Amado" (1973), de Dias Gomes, ganha destaque em sua trajetória. Alda Gonçalves, uma entre seus três filhos, disse em entrevista ao Vídeo Show: "Quando eu tinha cinco anos de idade, eu achava que eu podia voar como o meu pai".
Na trama, uma fala marcante do personagem era: "Quem tem fé, voa".
Em cena de 'O Espigão' (1974)
Por trás das câmeras, dirigiu Irmãos Coragem (1970), O Homem que Deve Morrer (1971), os primeiros capítulos da novela "Selva de Pedra" (1972), "Escrava Isaura" (1976), "À Sombra dos Laranjais" (1977) e "Gente Fina" (1990).
Também deixou sua marca no humor. Fez "Bairro Feliz" (1965); "TV0-TV1" (1966); "Balança Mas Não Cai" (1968), como ator e diretor; "Chico Anysio Show" (1982) e "Zorra Total" (2005). E conquistou o público infantojuvenil, como o Professor Leão da "Vila Sésamo" (1972).